Ser perfeccionista demais pode atrapalhar sua carreira; entenda

Ser perfeccionista

Ser perfeccionista é um defeito ou uma qualidade? Certamente você já se fez essa pergunta algumas vezes. É claro que fazer um trabalho bem feito e com dedicação é positivo. Mas ser meticuloso a ponto de exigir demais de si mesmo e dos outros e nunca alcançar o resultado desejado é um grande problema.

Algumas pessoas com perfis comportamentais mais orientados à cautela e à precisão apresentam graus de exigência exagerados. Elas possuem critérios de qualidade muito acima da média e acreditam que tudo o que fazem precisa sair sem falhas. É verdade que elas costumam entregar tarefas impecáveis, mas nem sempre ser perfeccionista a esse ponto ajuda na carreira delas, porque o nível impossível de perfeição que se estabelecem muitas vezes gera consequências extremamente negativas.

Perfeccionismo é um defeito quando exige o controle

Uma personalidade que meticulosa em níveis nocivos está relacionada, geralmente, à necessidade de controle de todas situações. Nesses casos, há a chance de uma frustração muito grande quando algo não atinge o resultado esperado.

Com o objetivo de tentar controlar tudo o que acontece, o perfeccionista procura incessantemente se munir de recursos para ter um domínio total das situações. Infelizmente, o controle é uma ilusão. Na vida, não temos garantia de nada e nunca vamos estar realmente preparados para enfrentar todos os desafios.

O segredo é não deixar de encará-los e assumir as rédeas apenas daquilo que é possível controlar. Cobre-se menos. Uma redoma protetora apenas para o momento em que você estiver verdadeiramente “preparado” nunca vai existir.

Apelar para o “suficientemente bom” é uma alternativa

Em função dos padrões elevadíssimos que define para si, o perfeccionista torna-se alguém que se prepara muito para os projetos, mas realiza muito pouco ou quase nada. Ele nunca se sente pronto para enfrentar os desafios e continua se preparando até desistir. Afinal, o que ele deseja é uma tarefa impossível.

Tem uma profissional eu acompanho atualmente que exemplifica bem isso. Ela decidiu ser coach, mas acreditava que para isso precisava saber tudo sobre o mercado de trabalho e o comportamento humano.

Ela pensava que não poderia colocar em prática o projeto enquanto não lesse todos livros sobre o assunto e realizasse todos cursos da área. Provavelmente, nem com dez anos de estudo chegaria ao nível que acredita ser necessário para se tornar coach. É possível que você não se considere tão obcecado, mas será que você também não deixa de tirar projetos do papel por não se sentir apto?

É claro que um mínimo de preparo deve existir, mas você só vai se sentir seguro e atingir o nível de maestria que deseja agindo, não se preparando eternamente. Você não pode esperar ter domínio sobre um assunto para fazer o que é necessário para aquilo se tornar concreto.

Nesse sentido, existe um conceito que se encaixa exatamente nisso: o “suficientemente bom”. Esse ensinamento de Walter Longo, presidente do Grupo Abril, refere-se a fazer o mínimo necessário para conseguir algo.

O “suficientemente bom” é o nível que você precisa atingir para começar a realizar um projeto. Você não pode passar a vida inteira se preparando.

Ser perfeccionista demais faz com que você nunca se sinta pronto e não alcance o que deseja. Leia alguns livros, faça alguns cursos – e isso vale para projetos em qualquer área – e vá em frente. Dar os primeiros passos é fundamental para ir mais longe.

Wendell Carvalho

Wendell Carvalho

Especialista em mudança comportamental e estratégias para atingir metas.

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