Ser o líder de uma corporação ou instituição definitivamente não é tarefa fácil. Normalmente, os líderes precisam encarar uma jornada de trabalho exaustiva, repleta de demandas vindas de todos os lados. Um dos grandes desafios que todo líder enfrenta é a grande quantidade de decisões que precisa tomar no dia a dia. Mas será mesmo que é ele o responsável por todas essas resoluções? Ou ele não está sabendo exatamente como liderar a sua equipe?
É muito comum que o líder, durante seu percurso de crescimento, vá se encarregando de um número de responsabilidades cada vez maior. Se ele for empreendedor, por exemplo, conforme o negócio e a equipe forem aumentando, a quantidade de decisões que precisa tomar ficará cada vez maior. No entanto, é preciso ficar atento aos tipos de definições que estão demandando o seu tempo e sobre a real necessidade de sua interferência direta nesses assuntos.
Em uma empresa, algumas decisões são grandes e de suma importância às vezes até para a sobrevivência e o crescimento do negócio. Mas, em outros casos, mesmo sendo de certa forma importantes, elas não são prioridade, e têm menor impacto para o negócio.
Sistemas viciados no líder
Muitas vezes, no ambiente corporativo, surge a necessidade de deliberações simples sobre os mais variados temas possíveis, como: “De que cor pintamos a parede?”, “o que devemos fazer com tal objeto?”.
É muito comum que o líder acabe se envolvendo também com questões desse tipo e absorvendo todas as pequenas decisões da organização.
Nesses casos, o líder se torna um oráculo, ao qual todos recorrem antes de qualquer definição, seja ela relevante ou não. Esse líder se torna uma espécie de Google da empresa: ele é “acessado” para responder a qualquer dúvida que surgir, para mostrar a solução diante de todo o tipo de problema.
Em contextos pequenos essa dinâmica pode até funcionar, mas, quando alguém precisa gerenciar uma equipe de 50 ou 100 pessoas que estão o tempo todo demandando algo, essa missão se torna impossível. Esse líder, na verdade, não está sabendo como liderar a sua equipe e vai acabar angustiado por ter de ficar tomando decisões que não deveriam ser de sua responsabilidade.
Líder viciado em controle
Se a cada cinco minutos alguém te faz uma pergunta ou demanda uma resolução, há algo que precisa ser melhorado em sua liderança. O primeiro passo para entender o que pode estar acontecendo é olhar para dentro e se perguntar se seu ego está desempenhando um papel importante nessa dinâmica.
É fundamental que você se pergunte se não terá sido você mesmo o responsável por criar e manter esse sistema ao seu redor. Será que você não está impondo esse modelo no qual assume o centro de toda e qualquer decisão na tentativa de manter o controle da situação?
Muitas vezes, é exatamente isso que acontece. O problema é que, além do controle total ser uma ilusão, esse comportamento pode levar ao esgotamento, e certamente impedirá que você cresça ainda mais. Dificilmente o líder com esse perfil controlador poderá ter um crescimento explosivo ou um resultado acima da média. Isso acontece porque ele perde muito tempo com tarefas que não deveriam ser de sua alçada e, por isso, não consegue focar naquilo que é realmente necessário para desempenhar bem o seu papel de liderança.
Como liderar pessoas e incentivar a autonomia da equipe
Para mudar essa situação, você precisa “destituir” o seu ego como ponto central desse sistema e aprender como liderar a sua equipe. Em primeiro lugar, é importante entender que um líder precisa delegar: você terá de “passar” algumas decisões para outras pessoas em vez de assumir todas elas para si.
Uma ferramenta importante para conseguir agir desse modo é se perguntar constantemente o seguinte: “Alguém pode tomar essa decisão?”
Se a resposta for positiva, significa que você deve se abster e “passá-la adiante”. Fazendo isso, você terá mais tempo e energia para focar em sua atividade como empreendedor e nas decisões que são exclusivamente suas e que não podem ser delegadas.
Mas como liderar a equipe para que ela tome as decisões de forma correta? Também faz parte do papel do líder desenvolver as pessoas, não é mesmo? Porém, ao assumir todas as resoluções para si, ele faz exatamente o contrário. As pessoas precisam de autonomia para amadurecer e evoluir, por isso, é importante que o líder seja capaz de delegar.
Para fazer isso da melhor maneira possível, um líder deve ser extremamente questionador, estimulando a reflexão e o pensamento crítico de seus liderados. Quando alguém trouxer um problema ou uma decisão, em vez de dar respostas, o bom líder questiona: “Como você acha que isso poderia ser feito?”, “o que vai ser melhor para o cliente?”.
Dessa forma, você vai dar autonomia para a sua equipe e possibilitar que ela se desenvolva. Consequentemente, você vai poder crescer como líder e assumir somente as decisões que forem realmente grandes e importantes para a empresa.
