Nem sempre nos damos conta da importância que um negócio de família tem para a economia do País. Os números não mentem: 40% do PIB brasileiro e dois terços dos empregos são gerados por este tipo de atividade. Algumas gigantes nacionais, como Itaú Unibanco, Gerdau e Votorantim estão nessa categoria.
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Mas o que essas empresas têm em comum? Apesar da origem caseira, elas focaram no profissionalismo e na gestão técnica para crescer e se consolidar. Se, conforme as estimativas, cerca de 90% das empresas do país são familiares, é fundamental identificar quais são os principais fatores de sucesso e de fracasso delas. Até porque você precisa conhecê-los se busca iniciar um negócio de família.
Confira os maiores erros que as pessoas cometem nesses casos.
1. Falta de profissionalismo
Não há empresa no mundo que alcance o sucesso sem uma gestão profissional. No entanto, frequentemente, os sócios não possuem a formação e o conhecimento básicos para o bom andamento do projeto.
Isso não significa, necessariamente, que a contratação de um gestor sem parentesco seja obrigatória. O mais importante, especialmente se o empreendimento ainda é pequeno, é o olhar profissional. Ou seja, tratar as atividades com seriedade e impessoalidade, e não como uma reunião de família.
2. Conflito entre interesses em negócio de família
Se os problemas caseiros forem carregados para o trabalho, a capacidade de decisão estará contaminada. Entre parentes, os comportamentos e atitudes possuem um forte componente emocional. Somos movidos a carinho, amor, culpa, orgulho, raiva, inveja e rancor.
Já na empresa, as decisões devem ser tomadas a partir de cálculos lógicos e racionais. Elas não podem interessar apenas um dos sócios. Separar os dois mundos é uma das principais chaves de sucesso e também um dos maiores desafios, pois requer vigilância constante de comportamento.
3. Falta de visão do todo
É comum que empreendimentos surjam a partir do interesse pessoal dos sócios em algo. Assim, por exemplo, uma empresa de alimentação pode ser criada devido ao gosto e talento culinário. Nesses casos, é fácil ocorrer uma preocupação excessiva com a qualidade do produto, sem considerar aspectos cruciais, como o acesso ao mercado ou a margem de lucro.
A empresa não terá sucesso se os sócios focarem apenas naquilo que lhes dá prazer. É necessária uma visão do todo, que considere outros fatores. O sucesso dependerá do profissionalismo e da disciplina com que cada um dos aspectos será tratado.
4. Atribuição de funções com base no parentesco
O nepotismo talvez seja um dos maiores problemas. Parece muito fácil e seguro encaixar o pai no setor financeiro, a tia no atendimento, a irmã no marketing. Mas eles têm realmente a competência e o conhecimento necessários para a função que lhes foi atribuída?
Essa constatação pode gerar situações difíceis, como a necessidade de deslocar um parente de um setor ou até demiti-lo. Porém, é o tipo de decisão que não escapará ao empreendedor que pretende prosperar – e ele deve estar preparado para isso.
5. Concentração de funções
Seja para evitar as armadilhas do nepotismo ou por uma extrema necessidade de controle, é comum que o fundador queira executar muitas funções. E este é outro erro. Em uma gestão profissional, cada indivíduo possui atribuições claras, de acordo com suas competências.
Para garantir que o trabalho dos demais sócios ou colaboradores seja realizado da forma adequada, é essencial implantar uma padronização no negócio de família. Estabelecer regras e procedimentos claros para cada função – de preferência escritas em manuais – garante a previsibilidade e a qualidade dos resultados.