Tanto a ansiedade como a infelicidade por algo imoral ou errado geram um sentimento de culpa difícil de carregar. A base dessa sensação, de acordo com a psicanálise, vem de uma frustração pela distância que existe entre o que não conseguimos ser e a imagem que criamos daquilo que deveríamos ter sido.
Conteúdos
Junto da culpa, surgem o remorso e a tortura de não se perdoar ou se livrar de determinada falha. Acontece que esse é um fenômeno totalmente natural em qualquer ser humano! A diferença está na forma como esse sentimento é encarado, absorvido e vivenciado.
Se você continuar por aqui, vai entender que a culpa é dividida em duas instâncias e que ela não é de todo ruim. Já posso adiantar que isso tem a ver com o caminho do amadurecimento, do aprendizado e da evolução. Assim, descubra como deixar de ter essa sensação de culpa o tempo todo, impedindo o sucesso e a realização de uma vida épica!
Como reconhecer o sentimento de culpa?
Quando alguma coisa acontece — ou não — como o planejado, tendemos a deixar que isso nos domine por certo período de tempo. E isso é o nosso próprio cérebro nos reprimindo, mandando um alerta de que algo está errado.
Geralmente, esse sentimento vindo em forma de culpa também surge com o julgamento negativo do próximo: falta de reconhecimento, reprovação ou qualquer outro fator que diminua nossa autoestima e confiança.
O problema é que não dá para viver em uma redoma de vidro e estar imune a todas essas situações. Seremos apontados e sentiremos remorso por algo feito ou deixado para trás — e está tudo bem!
Ninguém é perfeito, e todos estamos sujeitos a passar por algum momento na vida que configure em culpabilidade — devido a tudo o que formatamos pelos nossos conjuntos de crenças limitantes e valores individuais, que definem o nosso senso em relação a praticamente tudo.
É assim que enxergamos o mundo, e é dessa forma que uma mesma atitude pode gerar o sentimento de culpa em uma pessoa e em outra não. A ciência, inclusive, explica que o sistema límbico do nosso cérebro é responsável por toda essa parte de julgamentos morais, vergonha e culpa.
Essa região cerebral nos permite sentir preocupação e remorso, por exemplo, e nos faz repensar as atitudes tomadas ou a falta delas em relação a alguma coisa em nossa vida.
Talvez seja isso que separa uma pessoa comum de um psicopata, por exemplo, que não sente nenhuma culpa por ter feito algo ruim. Mas não precisa ficar assustado! Não ter sentimento de culpa por determinada situação não faz de você um sociopata. Às vezes, você só está adotando a culpa produtiva, criando empatia e superando o sentimento ruim.
O que é a culpa produtiva?
Já que todo ser humano está passível de sentir culpa, vale ressaltar que ela não precisa ser encarada somente como algo ruim. Acontece que o sentimento vindo da culpabilidade ajuda a pessoa a crescer, amadurecer e a aprender mais sobre seus próprios comportamentos.
Porém, não é tão fácil assim! Caso contrário, ninguém mais sofreria por se sentir culpado, não é mesmo? Para que a culpa se torne produtiva, você deve seguir alguns passos.
Descubra a origem da culpa
De onde vem esse sentimento que sufoca seu peito e seus pensamentos? A primeira coisa a se fazer é descobrir de onde está vindo a culpa que você tem carregado — aliás, sem nenhuma necessidade.
Reconheça as suas responsabilidades
Suportar a culpa nas costas é inútil, mas isso não quer dizer que você deva ignorar a fonte do sentimento e deixar aquilo de lado.
Nesse sentido, é fundamental reconhecer a sua responsabilidade diante da situação: levante-se da cadeira de vítima caso ache que o problema foi ocasionado por outra pessoa, por exemplo. Assuma as responsabilidades pelos seus próprios sentimentos, lide com isso e siga em frente.
Repare ou minimize os danos
Siga em frente, mas reparando o que não estava bom e que gerou em você aquele sentimento de culpa. Minimize os danos ou conserte o que foi feito no passado. Caso não seja possível, apenas perdoe — a si mesmo e ao outro — e aprenda com a experiência para não repetir novamente os mesmos erros.
O que é a culpa improdutiva?
Se você não tomar cuidado, vai transformar o sentimento de culpa em algo relativamente permanente e altamente improdutivo em sua vida. Isso porque a culpa, quando não gera nenhum tipo de transformação pessoal, somente traz sofrimento.
Isso faz com que você perca energia consideravelmente, enfraquecendo o organismo e, infelizmente, adoecendo a mente e o corpo. O fato é que o passado que acumula a culpa não vai mudar. Então, não existe mais nada a fazer — apenas você pode mudar a sua visão e o seu comportamento diante da situação. Para isso, é importante adotar as seguintes atitudes!
Coloque no papel o que gerou o sentimento de culpa
Aqui, a ideia é quase a mesma de identificar o que gerou a culpa e toda a frustração acoplada a ela. Porém, coloque no papel e visualize a situação de uma forma mais clara e ampla. Diante disso, repita afirmações que vão à contramão do sentimento, com uma boa dose de bom senso e inteligência emocional.
Perceba os sentimentos que podem estar mascarados
Será que o sentimento é mesmo de culpa? Ou é insatisfação pessoal? Também pode ser estresse emocional, medo de avançar ou a falta de objetivos definidos que fazem você ficar estagnado na única coisa que está mais visível: o passado.
Tenha clareza sobre as suas limitações
Se algum sentimento mascarado está alimentando a sensação de culpa totalmente distorcida e improdutiva, chegou a hora de praticar o autoconhecimento e de reconhecer o que limita seu crescimento. Somente dessa forma você vai conseguir se libertar do que prende seu avanço!
A grande chave para transformar o sentimento de culpa é saber que todo erro pode — e deve — gerar um aprendizado. Além disso, a dor da culpa também pode resultar em um ato de amor. O importante é fazer uma análise da sua própria vida, de maneira sincera. Somente assim é possível identificar os problemas e dar um novo significado a esses acontecimentos ruins.
Somado a isso, é importante notar que o ato do perdão também é fundamental, principalmente aquele em que perdoamos a nós mesmos. Afinal, o que nos feriu ou nos magoou pode ter vindo das nossas próprias atitudes — ou da falta delas. Por isso, o exercício para parar de se sentir culpado por tudo é diário.
Como eu disse antes, não vivemos isolados do mundo e somos constantemente confrontados por sentimentos, ideias, visões diferentes e pessoas de todos os tipos. Nesse cenário, o autoconhecimento é fundamental para desenvolver competências e eliminar crenças que impedem a pessoa de ter uma vida plena e realizada.
O sentimento de culpa existe, às vezes é inevitável, mas pode se tornar uma fonte rica de aprendizado e evolução humana.
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