Dependência emocional: entenda o que é e como reverter

Dependência emocional: entenda o que é e como reverter

Você só fica feliz quando está ao lado de quem você ama? Só toma alguma decisão depois de ter a opinião do outro? Já teve que abandonar algo de que gostava muito para se adequar ao estilo do seu(sua) parceiro(a)? Se a sua resposta para questões como essas for positiva, pode ser que você tenha dependência emocional.

Um estudo publicado pela associação sem fins lucrativos Mental Health America mostra exatamente o quanto essa dependência pode ser nociva, sendo repassada de geração para geração por meio de comportamentos que envolvem insegurança, ausência de autoestima e incapacidade emocional de ser feliz sozinho.

Para ajudar você a entender esse assunto, veremos aqui como é possível garantir uma existência saudável sem esse fantasma assombrando as suas relações. Continue lendo e confira como assumir o protagonismo da sua própria vida!

O que é dependência emocional?

Basicamente, ela é uma dependência afetiva que costuma ocorrer em relacionamentos interpessoais, como namoros e casamentos. Isso também ocorre em outros tipos de relações — entre amigos, entre mãe e filho ou vise e versa, e por aí vai — mas, aqui, darei um enfoque ao relacionamento amoroso, pois é nele que o problema é mais recorrente.

O mais importante, contudo, é saber que a codependência só é caracterizada em pessoas que não conseguem viver felizes sem o outro ao seu lado. Além disso, toda a vida desse sujeito dependente costuma ser projetada em expectativas criadas a partir da outra pessoa.

Inclusive, esse comportamento doentio pode ter início na infância, quando a criança não tem suas necessidades emocionais atendidas, seja pela falta materna, seja pela ausência paterna ou por uma convivência conturbada com os irmãos. Crenças limitantes e outros pensamentos destrutivos, quando alimentados, também podem gerar essa dependência emocional.

Quais impactos isso pode causar em uma relação?

A frase “eu não sei viver sem ter você” pode parecer muita bonita e romântica, mas é extremamente perigosa! Vejo muitos casais se baseando nessa filosofia, bem como na máxima “só serei feliz ao seu lado”, mas a verdade é que essa necessidade de aprovação e companhia constante, o medo de rejeição e outros aspectos que veremos a seguir são capazes de destruir qualquer relação.

A necessidade de suprir um vazio pessoal com o outro é um dos maiores contratempos dos relacionamentos afetivos — afinal, é um grande erro achar que a resposta para a felicidade está fora de nós mesmos. Por isso, ter consciência da codependência e saber identificar de onde ela vem é o primeiro passo para revertê-la.

Como identificar a dependência emocional?

Uma das dificuldades para se libertar dessa dependência doentia é que nem sempre as pessoas reconhecem que estão sofrendo desse mal. É como um alcoólatra, que se recusa a admitir que é dependente da bebida, ou como um viciado em jogos de azar, que não aceita a situação e, por isso, nunca consegue sair do ciclo das apostas.

Para facilitar o caminho a ser trilhado nesse processo de autoconhecimento, mostrarei a seguir algumas características e determinados padrões de comportamento que merecem atenção. São sintomas que, quando identificados, ajudam você a se livrar da dependência emocional. Acompanhe!

Dificuldade em tomar decisões sozinho

Uma atitude muito comum de um dependente emocional é a sua incapacidade de tomar decisões. Porém, isso não se trata apenas de ser uma pessoa indecisa — nesse caso, a opinião própria pouco importa; o que vale mesmo é o que o outro acha ou vai pensar a seu respeito.

Assim, acaba surgindo e sendo alimentada uma enorme dificuldade de iniciar projetos de vida ou, simplesmente, de fazer pequenas coisas do dia a dia por conta própria. Além de ser um comportamento negativo para quem o adota, isso recai sobre o outro como uma responsabilidade pesada e injusta.

Autoestima que depende de aprovação

Relacionado ao exemplo anterior, também posso elencar aquele indivíduo que só fica feliz quando recebe um elogio do próximo. Olhar-se no espelho e ficar satisfeito consigo por conta própria? Nem pensar.

Dependentes emocionais não têm autoestima suficiente para isso: estão sempre em busca de aprovação para alimentar seu ego, dosada muitas vezes de afeto para se sentirem, realmente, amados e seguros. Você conhece (ou é) uma pessoa que fica constantemente perguntando ao parceiro se ele te ama, se está bonito(a)? É mais ou menos por aí.

Ciúmes e controle excessivos

Quando não tem a aprovação ou atenção de que precisa, a pessoa acaba desenvolvendo outros sintomas perigosos: um ciúme exagerado e um controle que sufoca a relação.

Acho importante deixar claro que sentir ciúmes, em si, é natural, e todo mundo pode passar por isso em determinados momentos. O problema está no sentimento descontrolado, que cria uma vigília constante como se o parceiro fosse um prisioneiro, sem o direito de ter uma vida privada.

Pessoas que têm as senhas do companheiro, que checam seu celular, suas redes sociais ou qualquer outra coisa que fuja ao seu campo de visão apresentam um comportamento doentio. Não caia nessa de que “quem ama cuida do que é seu” — tudo na vida tem limites! Aliás, esse sentimento de posse é um dos principais motivos de brigas, desavenças e términos traumáticos.

Então, se você tem essas atitudes ou se sente perturbado pelo parceiro, é hora de vocês sentarem e conversarem sobre espaço, privacidade e confiança.

Incapacidade de viver sozinho

Quando alguém não consegue mais viver sem o outro, não existem dúvidas de que ocorre uma dependência emocional. Sentir saudades é gostoso, lembrar-se de coisas vividas também. O problema começa quando essa sensação de desamparo se transforma em crises de pânico por se estar sozinho.

Quem é dessa forma, geralmente, não “respira” entre um relacionamento e outro: assim que um namoro termina ou um longo casamento chega ao divórcio, já se vê envolvido com outra pessoa, sem nem ter tido tempo de refletir sobre sua própria vida. Às vezes, é justamente a falta dessa autorreflexão que impede o indivíduo de ter um próximo relacionamento duradouro e sadio.

Falta de gostos pessoais

Por falar em reflexão, agora eu quero que você pare e pense em quantas vezes você já precisou se reduzir para caber em algum lugar ou situação.

Não estou me referindo aos detalhes — como algumas manias, por exemplo — que abandonamos para conviver pacificamente com o outro. Falo de planos que você desistiu de levar adiante, de lugares que parou de frequentar, de programas que deixou de fazer e, o mais importante, de tudo aquilo que você substituiu para poder agradar o(a) seu(sua) parceiro(a).

Em uma vida a dois, é natural que mudemos nossos caminhos, que adotemos novos hábitos e deixemos de lado algumas coisas que, na vida solteira, eram normais. Se isso acontece para os dois, como uma via de mão dupla, está tudo bem. O que não pode acontecer é esse “sacrifício” ser isolado:

  • cancelar encontros com a família ou velhos amigos porque o parceiro não os aprova;
  • mudar de time, de prática espiritual ou religiosa, ou até de afiliação partidária para evitar desavenças e brigas constantes;
  • deixar de praticar alguma atividade física por conta de ciúmes;
  • largar o emprego, a faculdade ou qualquer outro curso pois o companheiro os desaprova, ou porque a atividade impede que vocês dois passem mais tempo juntos.

Enfim, essas são apenas algumas situações que, geralmente, sufocam as relações e matam aos poucos a individualidade e o potencial de qualquer pessoa. Se os dois lados cedem para uma vida melhor e mais sadia, dá para perceber que está tudo bem. Mas, se você está se sentindo dependente a ponto de eliminar suas particularidades por não conseguir viver sem o outro, é hora de aceitar esse distúrbio e procurar ajuda profissional.

Lembre-se: quando a dependência emocional é revertida, não é só a relação que sai ganhando, mas você mesmo, enquanto ser humano. O processo de autoconhecimento e de conquista da independência emocional é libertador. Acredite!

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Wendell Carvalho

Wendell Carvalho

Especialista em mudança comportamental e estratégias para atingir metas.

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